Diferentemente das outras edições do Mundial, a Copa do Mundo do Qatar irá acontecer entre os meses de novembro e dezembro de 2022. A escolha se deve, principalmente, ao clima muito quente do país. Desde que a FIFA anunciou o Qatar como o país-sede da 21ª edição do torneio, em 2010, muitas dúvidas e questionamentos foram levantados.

A seguir, entenda um pouco sobre o porquê o Mundial 2022 ser considerado tão polêmico e controverso.

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Qatar: os motivos pelos quais o país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2022

Desde que o Qatar foi divulgado como o país-sede da Copa do Mundo deste ano, muitos questionamentos começaram a surgir. Uma das primeiras dúvidas a ser levantada foi: por que um país que nunca havia participado da Copa do Mundo iria sediar o torneio?

Acusações de suborno sobre os membros da FIFA resultaram em uma investigação independente encarregada pela Federação do Futebol. Por sua vez, a Federação não encontrou nenhum tipo de evidência sobre tais acusações.

O próprio país também negou as alegações, mas a investigação ainda permanece em aberto. Além disso, os Estados Unidos também acusaram 3 funcionários da FIFA de serem subornados em 2020.

Qatar e as acusações de trabalho forçado de imigrantes

Um fator associado à polêmica da Copa do Mundo do Qatar é o tratamento inadequado dos 30 mil funcionários estrangeiros, os quais estão trabalhando ou trabalharam no projeto do evento esportivo.

Os estádios passaram por grandes reformas, assim como o aeroporto, e a criação de novas estradas e de um sistema de metrô são alguns exemplos do que foi feito para receber pessoas de todos os lugares do mundo na 21ª edição da Copa do Mundo FIFA.

O país foi acusado pela Anistia Internacional (AI) de estar fazendo uso de trabalho forçado. Os trabalhadores estariam vivendo sob condições de superlotação, não receberiam seus salários no dia certo e ainda teriam os seus passaportes confiscados.

Desde o ano de 2017, o Qatar já apresentava medidas protetivas para os trabalhadores estrangeiros: as horas de trabalho eram limitadas, houve melhorias nas moradias e medidas de proteção contra o calor excessivo do país árabe também estavam em pauta.

Foi reconhecido que o país aboliu práticas ilegais, como o sistema que proibia tais trabalhadores de largarem seu emprego sem o consentimento dos seus chefes e supervisores, conhecido como kafala. Entretanto, a AI também informou que os imigrantes ainda sofrem com a pressão exercida por seus empregadores.

Além disso, a organização não-governamental Human Right Watch assume que foi observado uma dedução salarial ilegal e punitiva sobre os trabalhadores imigrantes em 2021. Horas de trabalho exaustivo e meses de salários não pagos foram alguns dos indicadores avaliados. Nesse mesmo ano, a imprensa britânica afirmou que mais de 6 mil trabalhadores estrangeiros morreram no país desde que o foi anunciado o Qatar como país-sede da Copa do Mundo de 2022.

Como resposta, o governo do Qatar disse que os números são superestimados – os quais abrangem diversos estrangeiros que também morreram após morar e trabalhar por anos no país árabe, incluindo atividades que não estavam vinculadas ao Mundial.

De acordo com o país, 37 trabalhadores relacionados com a construção dos estádios morreram entre os anos de 2014 e 2020. Hassan Al-Thawadi, secretário-geral do Qatar, garantiu que irão continuar em busca da verdadeira razão pela qual 37 vidas foram perdidas, evitando que futuras tragédias possam se repetir – e que nenhuma atitude ou palavra feita pode compensar a morte desses trabalhadores.

Porém, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o país não levou em consideração as mortes súbitas e inesperadas entre os trabalhadores estrangeiros. Ataques cardíacos e insuficiência respiratória, por exemplo, que estavam relacionadas diretamente à insolação, foram registrados como causas naturais.

Dados da OIT indicam que 50 trabalhadores estrangeiros morreram, enquanto outros 500 foram considerados em estado grave apenas no ano de 2021. Mais de 37 mil funcionários apresentaram ferimentos leves ou moderados.

Qatar, um país conservador: mulheres e comunidade LGBTQIA+

Diante do conservadorismo do país árabe que proíbe a homossexualidade, a escolha de Qatar como o país-sede da Copa do Mundo de 2022 foi altamente criticada. As preocupações sobre como os torcedores seriam tratados durante o evento esportivo atingiu as seleções classificadas.

Joakob Jensen, chefe-executivo da Associação Dinamarquesa do Futebol, garantiu que a sua equipe não irá contar com as camisetas repletas de logotipos de seus patrocinadores comerciais, mas sim com mensagens que promovem os direitos humanos.

Além da comunidade LGBTQIA+, as mulheres também são um ponto forte de preocupação no país árabe. Afinal, segundo a Anistia Internacional, as mulheres ainda sofrem discriminação tanto na legislação quanto no dia a dia.

De qualquer forma, Hassan Al-Thawadi garante que todas as pessoas serão bem-vindas no evento e que a segurança é para todo mundo. Comentou que, embora as demonstrações de afeto em público não façam parte da cultura conservadora do país, todos os turistas serão muito bem recebidos. Acrescentou que o acolhimento de pessoas de diferentes lugares do mundo também compõe parte da cultura árabe.

Clima no Qatar

Para quem é fã de futebol e acompanha as Copas do Mundo FIFA, percebeu que, diferentemente dos anos anteriores, a 21ª do maior campeonato mundial de futebol irá acontecer durante o verão no hemisfério sul.

Isso é resultado das altas temperaturas do Qatar durante o verão no hemisfério norte, e os termômetros podem atingir os 50°C. Dois médicos do hospital esportivo da capital, em Doha, comentaram que as temperaturas elevadas durante o verão iriam comprometer o desempenho dos jogadores, os quais estariam mais suscetíveis a cometer erros dentro do campo, comprometendo a sua recuperação entre as partidas.

Al-Thawadi garantiu que o calor não será um problema. Os estádios irão utilizar energia solar para realizar a climatização local. Os raios de sol irão oferecer um ambiente fresco e confortável para todas as pessoas. Durante as partidas, haverá consumo de energia de rede através das instalações solares, garantindo o bem-estar de jogadores e torcedores.

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